Carolzinha Calvo

Eu me sinto um completo idiota por isso, mas eu imagino nós dois juntos. Eu imagino nós dois dormindo na mesma cama, eu te acordando com um beijo na testa e com o café na cama lhe desejando um “Bom dia, meu amor”. Acordaríamos sem pressa, nos enrolando aos finais de semana e só tiraríamos os pijamas se fossemos sair. Depois disso ficaríamos em casa, só eu e você, num dia frio, embaixo dos cobertores no sofá, olhando algum filme de comédia romântica, comendo pipoca, chocolate ou sorvete. Passaríamos horas sem fazer nada, conversando, brincando, sorrindo. Só eu e você. Eu lhe beijaria inúmeras vezes ao longo do dia e cada canto da nossa casa nos daria milhares de lembranças boas. Eu tocaria no violão e arriscaria cantar as suas músicas favoritas, nem que seja pra você rir da minha voz. Poderíamos deitar na cama abraçados, de olhos fechados e pensar no nome dos nossos filhos, dos nossos cães e até mesma discutir a cor das cortinas e o lugar dos móveis. Eu até poderia te contrariar em algo, mas é óbvio que eu ia ceder às tuas vontades. É inacreditável o poder que você tem sobre mim. O teu olhar me faz tremer da cabeça aos pés e seria praticamente impossível eu lhe dizer um não. Assim que a noite caísse, tomaríamos um banho, juntos, para economizar água, é claro. Nos vestiríamos sem pressa, com a roupa que mais ficasse confortável e iríamos para a cozinha preparar nossa janta com sua comida favorita, você me ajudando a cortar as saladas e eu no fogão cuidando do restante. Teríamos um jantar à luz de velas, improvisado por nós mesmos e uma música suave e lenta enquanto jantamos com um vinho qualquer. Deixaríamos a louça pro dia seguinte e cairíamos na cama. Eu ficaria ali do seu lado, juntinho de ti, com braço em volta, te protegendo e te cuidando. Eu olharia o seu rosto até você pegar no sono e te daria um último beijo daquele dia seguido de um sussurro: “Boa noite, meu amor” .